quarta-feira, 29 de junho de 2016

A Copa America terminou. Os 3 grandes estiveram atentos?

A edição centenária da Copa América terminou de forma dramática. O Chile venceu nos penalties a super favorita Argentina e Messi retirou-se da seleção. 
Os jogos tiveram muita intensidade e em alguns excessiva agressividade. Mas é já um hábito na competição.

Alguns jogadores destacaram-se e foram preponderantes. Otamendi, Mascherano, Messi, Vidal, Vargas, etc. Mas houveram outros, que não sendo tão conhecidos mostraram bons apontamentos. Apontamentos que lhes poderiam valer uma oportunidade noutros palcos.

Aqui estão 5, desses outros, que se destacaram na competição e que pela sua idade ou pelos clubes em que actuam poderiam perfeitamente ser apostas dos 3 grandes portugueses:

Juan Carlos Paredes – Watford 

Ex-companheiro de Layun no Watford, Paredes é um jogador fortíssimo. Com uma intensidade de jogo notável, Paredes não dá nenhum lance por perdido. Faz o corredor todo a grande velocidade, e como lateral fecha muito bem no centro. Muita qualidade no lateral direito equatoriano que merecia mais desta competição. 

Arturo Mina – Indepiendente del Valle

Aos 25 anos, o central Mina assegurou a liderança da defesa ecuatoriana e de que maneira. Não é um central imbatível, mas é muito forte. Conseguiu grandes exibições demonstrando sempre muita luta e liderança. Um central que procura a antecipação em vez de esperar pelo avançado. Muito forte no jogo aéreo. Falta-lhe ser mais consistente, mas mostra garra para o conseguir.

Alejandro Guerra – Atletico Nacional

Velhos são os trapos. Com 30 anos, o venezuelano Guerra faz jus ao nome. Um grande lutador que parece ter um ou dois irmãos gémeos. Está em todo lado. Assiste, recupera, remata, assume bolas paradas... Grande capacidade neste médio que interpreta muito bem os momentos do jogo. Um líder não por braçadeira mas pela forma de jogar. 2 assistências para golo e participação em várias jogadas de perigo da sua equipa.

Oscar Romero – Racing

Só disputou 2 jogos porque foi expulso no 2º jogo. 2 amarelos em 2 minutos.
Mas mostrou muito talento. O tipo de médio que começa a ser raro encontrar. Um jogador que joga atrás dos avançados mas que também vem buscar jogo atrás. Muita técnica e muita visão de jogo. Falta-lhe maturidade, mas é ainda jovem. E essa juventude dá-lhe muita margem de progressão. Vai ao choque e enfrenta adversários como se tivesse a jogar na rua com amigos.

Hirving Lozano – Pachuca

Os 7-0 contra o Chile mancharam uma excelente aparição deste extremo mexicano de 20 anos. Suplente de Jesus Corona, jogador do FCP, mostrou muito talento. Joga com grande velocidade e sabe o que quer. Move-se para a baliza e sem receio de ir para o 1x1. Após a primeira amostra, os adeptos pediam a sua presença no 11. E bem a merecia.
Na irreverência de um jogador técnico mostra grande capacidade posicional e de cumprir instruções. Cumpria o seu papel com rigor. 






quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nuno, o fundador do “somos Porto”

Muitas pessoas ficaram surpreendidas com a entrada de Nuno Espírito Santo no Valência. Mesmo com boas prestações no Rio Ave, Nuno dava um salto de gigante. De um clube que lutava para chegar à Liga Europa em Portugal, para um clube que queria chegar à Liga dos Campeões num dos campeonatos mais fortes do Mundo.

E ainda que tenha sido uma aposta de risco, Nuno cumpriu. Há comboios que passam uma vez na vida e Nuno apanhou-o e aproveitou. A segunda época foi uma época atípica. Uma época de uma equipa que estava dividida a começar na direcção. Mas a primeira não deixou margem para dúvidas. Nuno tem talento. Basta ver que conseguiu o 3º melhor registo de vitórias da história do clube. Colocou o Valencia no 4º lugar, a 1 ponto do Atletico de Simeone. E com a particularidade de vencer no confronto directo tanto Atletico como Real Madrid.

No Rio Ave, Nuno começou muitíssimo bem. Conseguiu um 6º lugar tendo-o alcançado na última jornada, vencendo em Guimarães. Uma época que despertou curiosidade também pelas 3 vitórias frente ao SCP.
A época seguinte não foi tão conseguida no campeonato. O 11º lugar, mais perto da despromoção do que os lugares europeus mostrava isso mesmo. Mas as finais nas taças merecia outro destaque.

Nuno teve até agora uma carreira invulgar. Saltos surpreendentes, mas sempre conseguindo corresponder às expectativas. 

Nos 142 jogos que teve como treinador, Nuno Espírito Santo venceu 64, empatou 33 e perdeu 45.

Agora, regressa a uma casa que bem conhece. Uma aposta do FCP como muitas vezes fez. E não é preciso recuar muito tempo para encontrar treinadores que de uma forma ou de outra tinham trabalhado no clube antes de regressarem como treinadores: Mourinho, André Villas-Boas e Vítor Pereira.

O antigo guarda-redes do FCP foi o autor da expressão “somos porto” na última época de Jesualdo Ferreira no FCP. Uma marca de garra e mística que tanto é necessária no Dragão. Resta saber se essas características se farão acompanhar de títulos, ainda mais desejados pelos portistas.