quarta-feira, 27 de julho de 2016

“Roubar” à concorrência: estratégia de sucesso?

Esta época, o Benfica tem em Carrillo um dos principais reforços. O ex-sportinguista não será o melhor exemplo uma vez que já há algum tempo que não jogava pelos leões. O mesmo se passou com Maniche, que antes de ser contratado pelo FC Porto passou por um período longo sem jogar no Benfica por também não aceitar a renovação.
Um exemplo um pouco diferente foi Jardel que, regressado da Turquia, integrou a equipa do Sporting CP em vez do FC Porto (Octávio Machado não terá querido o seu regresso).

Nesses 3 exemplos, apenas Carrillo é ainda uma incógnita. Maniche e Jardel tiveram grande sucesso nessas trocas de rivais (ainda que Jardel não tenha sido directa).

Lá fora, passa-se o mesmo. Até mais evidente.

A Juventus acabou de contratar Higuain ao Nápoles. Antes, tinha já garantido Pjanic da Roma. Ou seja, o campeão em título, “roubou” os melhores jogadores aos 2 únicos rivais da época passada.

Na Alemanha, o Bayern faz isso todos os anos. Esta época foi Hummels do Dortmund; há 2 anos foi Lewandowski também do Dortmund; e nomes como Neuer, Gotze, Mandzukic ou Mario Gomez não serão estranhos para quem nos lê.

Em Espanha, é absolutamente imperativo não esquecer Luís Figo. Entre Real e Barcelona não se têm visto tantos casos, mas há muitos. Nos últimos anos, o Barcelona contratou jogadores a Atlético, Valencia e Sevilha, os 3 clubes mais fortes em Espanha se excluirmos os tubarões Barça e Real. O Real também já o fez em anos anteriores, embora se foque mais na atualidade em garantir desejos do rival (André Gomes e Neymar foram casos falhados).

Inglaterra terá provavelmente a maior excepção nos principais campeonatos europeus. Não por falta de tentativas, mas sim pela quantidade de candidatos.
Mas não faltam exemplos: Van Persie do Arsenal para o Man United; Nasri do Arsenal para o Man City; Sterling do Liverpool para o Man City; Cech do Chelsea para o Arsenal; Wellbeck do United para o Arsenal; Kanté do Leicester para o Chelsea; Torres do Liverpool para o Chelsea.

Por fim, em França, o PSG é rei e senhor também por isto. Ben Arfa foi um dos melhores da época passada e já lá está. Kurzawa disparou do Monaco para ser suplente. O Monaco também o faz. Compra ao Lille, ao Toulouse, Marselha, etc.

A verdade é que esta estratégia parece ir funcionando. E um dos motivos de não vermos mais vezes a acontecer em Portugal é o baixo poder financeiro para bater cláusulas. Mas é uma estratégia que mostra muitos resultados nos principais campeonatos europeus.


terça-feira, 26 de julho de 2016

A tão pouco tempo da competição como estão os 3 grandes relativamente ao mercado?

Estamos a pouco mais de uma semana do início da competição em Portugal. No início de Agosto, o Benfica defronta o Braga pela Supertaça, enquanto que FC Porto e Sporting iniciam apenas no fim-de-semana seguinte. FC Porto, que joga na sexta-feira por ter o play-off da Champions League na semana seguinte.

A tão pouco tempo da competição como estão os 3 grandes relativamente ao mercado? É certo que os negócios estrondosos devem estar para chegar (Pogba e Higuain poderão por todo o mercado a mexer rapidamente), mas parece que o Benfica leva alguma vantagem. Comecemos por aí.

O Benfica perdeu Renato Sanches e Gaitan. Duas vendas por valores elevados que podem valer a segurança do restante plantel. Mas o destaque está nas contratações. O Benfica conseguiu assinar com Carrillo ainda na época passada, e confirmou finalmente Zivkovic, um namoro antigo. Ambos, poderão dar às alas tudo aquilo que o Benfica precisa para o seu futebol: velocidade, profundidade e capacidade técnica na execução. Cervi poderá jogar em mais que uma posição. Extremo ou médio mais avançado. Técnica não lhe falta para tal. Mitrouglou foi também rapidamente assegurado. Antes de terminar a época 2015/16, o Benfica já tinha resolvido parte do problema.
Falta agora, ao campeão nacional, assegurar algo mais para o meio-campo. Fala-se em Danilo que esteve no Valencia. Seria uma excelente opção. Mas seria preciso mais alguém.

O Sporting aposta sobretudo em não vender. Tentar segurar João Mário parece ser a maior prioridade. Mas segurar João Mário poderá significar falta de mais reforços. Alan Ruiz é o destaque e trará certamente muita qualidade aos leões, mas não é suficiente. Jorge Jesus certamente desejaria mais opções para alternativas e em vários sectores.
Schelotto e Coates convenceram. Mas na defesa mais nenhum parece ter lugar garantido. E sobretudo nas laterais, os leões precisam de mais opções. No meio-campo, se o trio português ficar será certamente intocável. Mas quem jogaria em caso de lesão ou castigo? No ataque, Teo deverá sair, Barcos nada mostrou e Slimani permanece como alvo do mercado.

Já o FC Porto parece mais preocupado em tentar dispensar excedentes que trazer qualidade para o plantel. Pinto da Costa tinha prometido um plantel de qualidade e de raça. Josué e Rafa Soares, dois exemplos dados pelo presidente portista, parecem contar muito pouco. E os reforços Alex Telles e Felipe não chegam. João Teixeira pode ser uma das sensações dos dragões mas a equipa não está equilibrada.
Felipe, mostrando já qualidade, não chega para colmatar o grande défice da equipa. Os portistas precisam de outro central, e de um de qualidade inegável. No ataque está outro problema. André Silva e Aboubakar têm valor e podem até completar-se num 4-4-2 que Nuno Espírito Santo vai experimentando. Mas falta pelo menos mais uma opção. E nas alas, Brahimi e Corona precisam de ser muito consistentes para disfarçar a falta de opções no banco.




quarta-feira, 20 de julho de 2016

O campeão renovou, mas as críticas ainda não pararam...

Fernando Santos, selecionador campeão europeu, renovou com a Federação Portuguesa de Futebol até 2020. Uma renovação esperada e merecida. Mas ainda há quem continue a criticar.

Durante o Europeu choveram criticas ao jogo de Portugal: “feio”, “defensivo”, etc. Portugal tinha vencido o Europeu por, segundo alguns, sorte. “Não merecia”, “nem ganhou um jogo na fase de grupos”, e até o facto de termos vencido o País de Gales foi motivo de gozo por ser a única vitória em 90 minutos.

Mas afinal, o que é isso do futebol bonito? E porque parece ser uma religião com tantos convertidos? O que é isso do ganhar mas com espetáculo?

Em 1982, O Brasil de Zico e Sócrates maravilhava o Mundo. Venciam tudo e todos até lhes aparecer uma Itália que os arrumou do Mundial. Bastava aos brasileiros um empate. Os italianos foram campeões do Mundo, começando a empatar com Perú e Camarões.
Em 1958, Puskas e Kocsis representavam a beleza do futebol. Na fase de grupos, os húngaros venceram os alemães por 8-3. Aos 9 minutos da final, venciam os alemães por 2-0. Acabariam por perder por 3-2.

Algum adepto brasileiro/húngaro, trocaria esse futebol espetáculo pelo caneco? Todos certamente.

Ao analisar os dados do Euro 2016, fica a dúvida do porquê de tantas críticas a Portugal. Em 7 jogos, Portugal não perdeu nenhum. Em 7 jogos, apenas Croácia e França remataram mais que Portugal. Em 7 jogos, apenas Croácia e França tiveram mais cantos que Portugal. Em 7 jogos, apenas a França conseguiu mais remates enquadrados.

Na fase de grupos do Euro 2016, 4 equipas conseguiram 7 pontos. Foi o máximo que se conseguiu neste europeu. Portugal defrontou 3 dessas equipas. França, Polónia e Croácia. Faltou apenas a Alemanha.

E no resto do Europeu? Portugal foi o 3º melhor ataque da prova em igualdade com a Bélgica (9 golos). Portugal sofreu tantos golos como a finalista França (5 golos).


Temos que ultrapassar isto encontrar críticas no que fazemos bem. Ganhámos. Justamente. E pelo menos durante 4 anos, seremos campeões europeus. Aproveitemos isso.