terça-feira, 3 de outubro de 2017

Os 10 jogos inesquecíveis da seleção em fases finais

Portugal terá brevemente dois jogos decisivos que definirão se participaremos ou não no Mundial 2018.

Para quem acompanha a seleção apenas desde o início deste século, pode pensar que Portugal estará naturalmente na fase final. Mas a verdade é que antes do Euro 2000, Portugal esteve apenas em 4 fases finais: Mundial 1966, Euro 1984, Mundial 1986 e Euro 1996.

Na escolha destes 10 jogos memoráveis foi tido em conta apenas um jogo por cada fase final. As memórias positivas foram valorizadas em detrimento das negativas, mas nem sempre isso faria sentido.

Fases finais que contaram com a presença de Portugal:
Mundial: 1966, 1986, 2002, 2006, 2010, 2014
Europeu: 1984, 1996, 2000, 2004, 2008, 2012, 2016

Seguem então os 10 jogos inesquecíveis nestas fases finais, organizados por ordem cronológica:



Foi a primeira fase final que contou com Portugal. No apuramento para o Mundial 1962, Portugal perdeu inclusivamente com o Luxemburgo; e para o Europeu de 1964 fomos eliminados pela Bulgária.

Quando Portugal entrou em campo em Inglaterra, a expectativa de todo o Mundo era que a equipa das quinas ficasse pelo caminho. Porém vencemos os 3 jogos (incluindo o Brasil campeão do Mundo – onde jogava Pelé) e surpreendemos o Mundo.

No jogo frente à Coreia, Portugal já era bem mais respeitado. Mas ninguém antevia o que acabaria por acontecer em Goodison Park. Aos 25 minutos, Portugal perdia por 3-0. Aí começou o espectáculo Eusébio. 3-2 ao intervalo, 5-3 no final do jogo.

Portugal virava um jogo e Eusébio conquistava o Mundo. Foi uma das mais brilhantes revira voltas da história do futebol e num Mundial.



Apesar de Portugal ter feito um apuramento quase imaculado, a presença de Alemanha e Espanha no grupo limitavam as hipóteses portuguesas na prova.

A fase de grupos foi bem disputada e apenas se decidiu no fim da terceira ronda. Dois golos nos 5 minutos finais (um de Portugal à Roménia e um de Espanha à Alemanha) permitiram-nos ultrapassar os bávaros para o acesso às meias-finais.

Contra os grandes favoritos, a França de Platini, Fernandez e Tigana, Portugal entrou a perder. Mas a dupla Chalana/Jordão conseguiu construir a reviravolta. Uma reviravolta muito merecida. Na segunda parte do prolongamento, a França também virou o jogo a seu favor eliminando a seleção da final. Era o primeiro capítulo de uma rivalidade forte com os franceses.



Depois de falhar o Mundial 1998, Portugal apostou para regressar aos grandes palcos. Mas depois de o conseguir, poucos foram os portugueses que não baixaram os braços após o sorteio. Alemanha, Inglaterra e Roménia (a única equipa que nos venceu na qualificação) ditavam um destino complicado.

Para começar jogávamos logo contra os ingleses. A Inglaterra tinha desiludido no apuramento precisando do play-off (e de suar frente a uma Escócia batalhadora).

Aos 18 minutos, dois cruzamentos de Beckham resultavam em dois golos e estávamos já a comprometer toda a competição. Até que surge Figo. O 7 português pega na bola no meio-campo português e vai sozinho contra toda a defesa inglesa, desferindo um potente remate que entra no ângulo da baliza inglesa. Pouco depois, uma série de passes da seleção terminam num cruzamento de Rui Costa e mergulho de João Pinto para o empate e desmoralizando o adversário. Na segunda parte, Nuno Gomes leva os portugueses à loucura com a reviravolta.

Uma grande jogo de uma das melhores equipas da competição.



Depois de um Euro 2000 fantástico e de um apuramento para o Mundial quase imaculado, as esperanças eram muitas para a estreia asiática na organização.

Mas tudo correu mal desde o início. O estágio em Macau, as histórias do hotel português, a cabeça perdida dos jogadores.

Neste jogo, e após perder 3-2 com os EUA e golear a Polónia, Portugal precisava apenas de um empate para se qualificar. Mas se Portugal empatasse, a Coreia corria o risco de ficar de fora do Mundial.

O jogo foi fraco, mas com várias situações de golo. Perdemos, mas poderíamos ter ganho (enviamos uma bola ao poste)

No entanto, a imagem que fica será memorável pelos piores motivos, sobretudo pressão/agressão ao árbitro do jogo. Foi um momento difícil mas que serviu como impulsionador para  mudar muita coisa.

De salientar ainda que não foi apenas Portugal que deixou uma má imagem. O Mundial 2002 é visto como o pior Mundial da era moderna e ficou marcado pelas arbitragens vergonhosas a favorecer a Coreia. O confronto dos coreanos com a Itália é surreal.



Foi um dos momentos mais emotivos da história da seleção nacional. Tivesse sido na final e teríamos muito portugueses nos hospitais por problemas cardíacos e de ansiedade.

O início da prova foi conturbado. Scolari decidiu relegar uma estrutura base do FC Porto (campeão europeu) para o banco e acabou penalizado. A pressão foi muita, e Scolari cedeu. E a caminhada começou aí.

Nos quartos-de-final, Portugal encontrava a Inglaterra. Uma Inglaterra que mostrou na fase de grupos ser uma das favoritas à vitória na prova (derrota azarada frente à França).

O jogo começou a lembrar o confronto de 2000, com um golo inglês aos 3 minutos. Passaram-se 80 minutos até Postiga igualar o marcador. Perto do fim, a Inglaterra envia a bola à barra e vê o golo de recarga anulado. No prolongamento, Rui Costa coloca Portugal na frente com um golo fantástico, mas Lampard empataria logo depois.

Nos penalties, Beckham escorrega e falha. Depois de Deco e Simão marcarem, Rui Costa falha também. Depois do penalty de Hélder Postiga (à Panenka), Ricardo decide tirar as luvas e defende o penalty de Vassel. O guarda-redes pega na bola, coloca na marca e fuzila David James colocando a Portugal nas meias-finais.



Depois da final perdida no Euro 2004, Portugal qualificou-se com distinção para o Mundial na Alemanha. Pelo caminho ficaram vitórias como 7-1 à Rússia e 6-0 ao Luxemburgo.

O grupo era acessível e Portugal cumpriu a missão. Primeiro lugar assegurado, e seguia-se a Holanda que tinha ficado atrás da Argentina pela diferença de golos.

Foram 4 vermelhos e mais de 10 amarelos mostrados. O jogo foi dividido, com a Holanda a ter oportunidades para empatar (uma bola à barra), mas que ficou marcado pelos constantes cartões a saírem do bolso do árbitro.

Mas quem olha para o árbitro como o culpado deste jogo falado em todo o Mundo, engane-se. Ficaram vermelhos por mostrar e se o jogou não acabou mais cedo, foi mesmo porque a equipa de arbitragem fechou os olhos a muitas coisas.



Portugal entrou no Mundial 2010 empatando com a Costa do Marfim. Tendo o jogo com o Brasil como decisivo para passar, precisava de vencer a Coreia e por vários golos, porque uma vitória curta poderia deixar-nos dependentes de uma vitória aos brasileiros.

A Coreia não era um adversário forte, mas a derrota por 2-1 com o Brasil e vantagem por 1-0 de Portugal ao intervalo não faziam prever o que se passou a seguir.

Portugal jogava a seu belo prazer e a Coreia via jogar. Uma goleada história para Portugal, que viu Ronaldo marcar um golo cheio de ressaltos e ficou na memória.

Foi reportado mais tarde que os coreanos foram castigados pela humilhação em Cape Town.



Portugal entrou no Euro 2012 com uma derrota frente à Alemanha. Seguia-se depois a Dinamarca que tinha vencido a Holanda. Com 0 pontos, mais uma derrota e Portugal ficaria fora da prova. Um empate e Portugal dependeria de terceiros para passar.

O jogo começou bem. Pepe adiantou o marcador na sequência de um canto. Pouco depois, Postiga aumentava o marcador. A 5 minutos do intervalo, uma distração defensiva permite o golo aos dinamarqueses. A 10 minutos do fim, Bendtner bisa e iguala o marcador.

Com o empate, Portugal teria de vencer a Holanda e esperar que a Alemanha vencesse a Dinamarca, sendo que no final ainda precisaríamos de diferença de golos melhor que os dinamarqueses.

Mas 3 minutos do fim, Coentrão recupera a bola, ultrapassa 2 adversários e cruza. Varela falha o remate, ouve-se o festejo irónico dos dinamarqueses, mas Varela tenta novamente e faz o golo colocando Portugal a depender apenas de si para continuar em prova.

Acabaria por ser uma excelente participação portuguesa, apenas interrompida pela Espanha (grandes penalidades) nas meias-finais.



Depois do desastre frente à Alemanha (4-0) , Portugal poderia dizer adeus ao Mundial se perdesse com os americanos.

O jogo começou bem. Aos 5 minutos Portugal já vencia, mantendo a vantagem até ao intervalo. Mas a segunda parte foi bem diferente. Depois de Ricardo Costa salvar um golo em cima da linha, os americanos acabariam por virar o resultado, conseguindo o 2-1 a 9 minutos do fim.

Com a derrota, Portugal ficaria arrumado desde logo. Mas aos 95 minutos, Ronaldo cruza e Varela finaliza de cabeça colocando Portugal na disputa por um lugar no apuramento.

No último jogo, Portugal venceu o Gana, mas a goleada sofrida com os alemães acabaria por ditar o afastamento da equipa.



A confiança do treinador era imensa, mas o futebol era pouco. Num grupo com Hungria, Áustria e Islândia, Portugal conseguiu 3 empates. O apuramento para os oitavos-de-final foi conseguido por termos um 4-4 no que respeita a golos marcados e sofridos, enquanto a Turquia tinha 2-2.

Oitavos-de-final decidido no prolongamento, quartos-de-final decidido nos penalties. Contra o País de Gales (sensação da prova – a par da Islândia), Portugal fez um grande jogo, aumentando as expectativas para a final de Paris.

Euro 1984, Euro 2000, Mundial 2006: 3 vezes eliminados pelos franceses nas meias-finais. Em todas elas, merecíamos melhor sorte.

Aos 25 minutos, uma entrada de Payet sobre Ronaldo, coloca o melhor do Mundo fora do jogo. A sorte que já merecíamos com os franceses não aparecia.

Aos 79 minutos, Éder, o jogador mais criticado de todo o grupo, entra para substituir Renato Sanches.

Aos 92 minutos Gignac atira ao poste da baliza portuguesa. Seria agora? Estaria o nosso fado a mudar?
Aos 108 minutos, Raphael Guerreiro acerta na barra na conversão de um livre directo. Voltavamos ao mesmo...

Aos 109 minutos, Éder chuta o peso de uma nação para dentro das redes franceses, construindo o capítulo mais belo do futebol português.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Benfica de bolsos cheios, Porto para superar Mourinho e a aposta forte do Sporting

SL Benfica

Desde 2006/07 que o Benfica superava os 10M€ de investimento. Em 2013/14, por exemplo ultrapassou os 55M€. Estaépoca, o Benfica ficou abaixo dos 10M€, focando-se nas saídas (mais de 130M€).

Os encarnados correm um risco elevado, em ano histórico. Depois de conquistarem pela primeira vez o tetra-campeonato, o Benfica decide não apostar forte na conquista do penta ou num brilharete europeu.


Do 11 titular da época passada, o Benfica perde 4 jogadores, 3 do sector defensivo. A maioria dos reforços precisarão de tempo para entrar na equipa. A exceção é Severovic que abriu a porta de saída a Mitroglou.

O arranque do campeonato mostrou algumas debilidades na equipa. Sobretudo no sector defensivo.
Svilar, Douglas e Gabriel Barbosa não são desconhecidos, é certo. Mas nenhum deles entra na equipa com estatuto de titularíssimo. Nenhum deles assume, à partida, um papel de resolução de problemas.

Rui Vitória tem pela frente um grande desafio. Tornar o Benfica menos investidor dos últimos 10 anos, num Benfica histórico. O penta significaria algo único na história dos encarnados, apenas já alcançado por FCP.


FC Porto

Na pré-época de 2002/03, Mourinho trazia jogadores como Paulo Ferreira, Derlei, Nuno Valente ou Maniche, juntando estes reforços pouco sonantes aos jogadores já presentes no plantel. Agora, Sérgio Conceição não teve praticamente caras novas.

É certo que o FCP assegurou a permanência de Oliver Torres (tinha ainda tempo para o fazer), mas a única novidade foi mesmo Vaná. O FCP optou por segurar alguns jogadores invés da contratação de caras novas.

Jogadores como Ricardo, Aboubakar e Marega já mostraram a importância dos seus regressos. E apesar das vendas de Rúben Neves e André Silva, as jóias da casa, o FCP conseguiu segurar os 3 regressados.

Mas o arranque muito positivo do FCP não deixa de mostrar alguns desequilíbrios no plantel. Aboubakar e Soares não têm alternativas no banco além de Marega (que terá de ser também alternativa para extremo), enquanto que nas laterais há excedentários.

O plantel é curto do meio-campo para a frente, e a equipa B poderá ser desfalcada para suprir necessidades pontuais.


Sporting CP

O Sporting foi a equipa que melhor se reforçou. Isto porque reforçou-se com titulares. Coentrão, Mathieu, Battaglia, Bruno Fernandes e Acuña pegaram de estaca. Doumbia já se mostrou útil.


Além dos reforços contratados há ainda as permanências de William e Rui Patrício.


Jorge Jesus procurou juntar experiência à juventude que tinha no plantel e tem dado resultado. Mas o treinador dos leões terá a sua época decisiva em Alvalade. Depois deste investimento, Jorge Jesus precisa de ganhar troféus. Se não o fizer, poderá ser o fim do ciclo no Sporting.

Os leões conseguiram ainda equilibrar as contas (entradas/saídas) com a venda de excendentários no plantel.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Balanço pré-época 2017/18

Com a pré-temporada quase a terminar (apenas o FC Porto terá mais um jogo de preparação – frente ao Gil Vicente), os 3 grandes precisam de ajustes. Mas ao analisar a preparação dos candidatos, o FC Porto leva um avanço teórico.



O SL Benfica caiu na armadilha financeira, que vários clubes caem. Após ter conquistado o Tetra, o SLB poderia ter partido para esta temporada com uma aposta séria no Penta e numa surpresa europeia, mas acabou por fragilizar a equipa.

É certo, que o interesse dos jogadores em continuar seria reduzido, sobretudo com os tubarões a demonstrar interesse. Ederson, Nélson Semedo e Lindelof saíram para equipas que lutarão por vários troféus e possibilitam um salário de uma dimensão bem superior.

Seferovic é uma grande surpresa e ameaça ganhar já a titularidade, mas nenhuma das saídas foi devidamente acautelada. Para isso muito contribui a pressão do imediato.
Bruno Varela fez uma boa época no Setúbal, mas entra no Benfica sem o impacto que Oblak teve após passagem pelo Rio Ave. Pedro Pereira regressa a “casa” após poucos jogos em Itália. Menos grave está o centro da defesa que conta com Jardel, Lisandro e Luisão. Ainda assim, os 14 golos sofridos em 6 jogos alertam para a urgência de aprimorar o sector.


O FC Porto contratou apenas um guarda-redes e que aparentemente não terá lugar na baliza da equipa. Mas a equipa mudou muito. Os 19 golos marcados em 7 jogos mostram essa diferença.

Os regressos de Ricardo e Aboubakar prometem estragos. A esses juntam-se Indi, Reyes e Rafa, soluções para a defesa; Hernani, Marega, para dar alternativas na frente; e ainda Sérgio Oliveira que regressa após ter jogado no Nantes com Sérgio Conceição.

O treinador dos portistas parece ser o grande reforço da época, tentando trazer a intensidade que marcou os anos 90 e que o próprio vivenciou no clube como jogador.

No entanto, a equipa não mostra equilíbrio no plantel. Com 6 laterais (Ricardo, Maxi, Dalot; Telles, Layun, Rafa) e apenas 3 extremos (Brahimi, Corona e Hernani), o FCP vai criando adaptações (Layun, Ricardo e Otávio) para colmatar a falta de mais um extremo. No ataque, e confirmando-se a titularidade de Aboubakar e Soares, o FCP deposita em Marega e uma eventual chamada de Rui Pedro para equilibrar a equipa.


O Sporting entusiasmou os seus adeptos com as contratações de Bruno Fernandes, Doumbia, Coentrão e Acuña. No entanto, alguns reforços (como Bruno, Battaglia e Petrovic) parecem anunciar saídas de peças fundamentais.

Os erros do passado parecem não se repetir com a manutenção de alguns jovens e contratação de elementos chave. No entanto, os “leões” parecem não ter encontrado ainda o lateral direito que traga o que o treinador quer.

Essa lacuna no plantel tem sido contornada com uma adaptação para 3 centrais, uma táctica muito exigente e que requer algumas rotinas. É certo que Conte foi campeão italiano e inglês com essa opção, mas o risco é grande.

Apostar o futuro de uma época decisiva numa táctica pouco familiarizada da maioria dos jogadores, pode correr muito bem ou muito mal. É certo que o nosso campeonato é disputado, em grande maioria, contra equipas que fecham muito o bloco e atacam com apenas 1/2 elementos. Mas desconcentrações no sector defensivo podem custar muito caro.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

10 gigantes esquecidos

Nesta época que terminou, o Real Madrid tornou-se no primeiro clube a vencer a Champions League por 2 anos seguidos. O feito já tinha sido feito na Taça dos Campeões Europeus, com AC Milan, SL Benfica, Liverpool, Bayern, Real entre outros, a conseguirem-no.

O Real Madrid dominou a época em Espanha e na Europa, fazendo história. Mas outros clubes também já o fizeram nos seus tempos áureos. Alguns deles, não conseguiram manter-se ao nível que os seus adeptos sonhavam. Alguns caíram praticamente no esquecimento. Outros, lutam por regressar aos grandes palcos.


Seguem 10 exemplos de “gigantes esquecidos”. Provavelmente, os 10 mais proeminentes.

10. Bologna

Actualmente, o Bologna luta pela manutenção. Mas nem sempre foi assim. Os anos 30 assim o provaram.
Antes do aparecimento da Taça dos Campeões Europeus, os clubes da Europa central disputavam a Taça Mitropa. O Bologna venceu-a por duas vezes nos anos 30 (e mais uma nos anos 60, já com menos reconhecimento internacional pela prova).
O currículo dos italianos não fica no entanto por aí. Sete campeonatos e duas taças.
Após o período de graça do clube, o Bologna esteve muito perto (5 minutos) de chegar à final da Taça UEFA de 1999, mas um golo de Blanc colocava o Marselha no lugar desejado.
Há ainda um outro pormenor. Em 1934, a Itália foi campeã do Mundo. 2 dos titulares na final jogavam no Bologna. O avançado Shiavio (na foto) foi uma das grandes referências da equipa com mais de 100 golos marcados pelo Bologna.
O último troféu dos italianos foi em 1998 com a Intertoto.



9. KV Mechelen

Sétimo classificado do último campeonato belga, o clube de uma cidade próxima da capital já viveu a sua glória.
No fim dos anos 80, o KV Mechelen venceu 4 troféus em 2 épocas. Campeonato, Supertaça, Taça das Taças e Supertaça Europeia.
Na final da Taça das Taças (foto), os belgas venceram o Ajax de Cruyff. Mas não se ficaram por aí na sua curta, mas impressionante, passagem europeia.  Venceriam ainda a Supertaça Europeia ao PSV de Hiddink (treinador), Romário e Gerets. (que tinha vencido a Taça dos Campeões Europeus ao SL Benfica). No ano seguinte, chegaram às meias finais da Taça das Taças, sendo eliminados pela Sampdória de Vialli e Mancini. Um ano depois, disputavam a Taça dos Campeões Europeus, obrigando o Milan de Sacchi a ir a prolongamento para os vencerem nos quartos-de-final.
Apesar de ter apenas 4 títulos de campeão nacional, o ex-clube de Preud’Homme, viveu 4 épocas que prometeram muito. Mas o sucesso terminou aí.
Desde 1989 que não vencem um troféu.


8. Stade de Reims

Em 9 jogos de uma edição da Taça dos Campeões Europeus, a equipa francesa marcou 23 golos. No ano anterior, esteve a 30 minutos de ser o 1º vencedor da competição. O Stade de Reims fez quase tudo para marcar uma era (anos 50), apenas não conseguiu superar o Real Madrid.
3 campeonatos, 2 taças e 2 supertaças a juntar a 2 finais na Taça dos Campeões Europeus (ambas perdidas para o Real).
Em 1958, a França chegava às meias-finais do Mundial da Suécia. Com Just Fontaine e Kopa (figuras da equipa), os franceses caíram aos pés do Brasil de Pelé (17 anos) e Garrincha. Just Fontaine é ainda hoje o melhor marcador de sempre de um Mundial. Kopa, outra figura do Stade de Reims, haveria de ser tri-campeão europeu pelo Real Madrid, nos 3 anos que esteve fora da equipa francesa.
Em 1962 foram campeões nacionais pela última vez, e em 2003 e 2009 caíram na 3ª divisão.


7. Parma

Dos clubes presentes nesta lista, o Parma é único que nunca foi campeão nacional. Então o que faz na lista? Porque o actual participante da segunda divisão italiana (há 2 anos estava no 4º escalão) surpreendeu tudo e todos nos anos 90.
Tudo começou em 1990 com o Parma a conseguir a promoção à Serie A. Na segunda participação da sua história no principal escalão, o Parma terminava em 6º (à frente de Juventus, Lazio, Roma e Nápoles) garantindo apuramento europeu. Na época seguinte, venceria a Taça. E partir daqui, o clube disparou para a glória.
Em 1992/93, o Parma venceu a Taça das Taças (eliminando o Boavista pelo caminho) e ficou em 3º no campeonato. No ano seguinte, conquista a Supertaça Europeia, chegando à final da Taça de Itália e à final da Taça das Taças (eliminando o Benfica nas meias-finais).
Entre 1993 e 1999, o Parma esteve em 4 finais europeias, vencendo 2 Taças UEFA e 1 Taça das Taças. Nesse mesmo período, ficou por 3 vezes no pódio do campeonato e venceu 1 Taça de Itália.
A ascensão do Parma viria a coincidir com o período de maior poder financeiro das equipas italianas. Assim, num ápice, o clube perdeu quase todos os seus jogadores (entre eles Buffon, Cannavaro, Thuram e Crespo). Em menos de 10 anos, o clube caía na segunda divisão, tornando-se numa sombra do que foi.
Em 2002 venceu uma Taça de Itália e em 2016 foram campeões da 4ª divisão.


6. Saint-Étienne

Há 36 anos que o Saint-Étienne não vence o campeonato e ainda assim é a equipa com mais campeonatos franceses (10). Mais 1 que o Marselha, mais 4 que o PSG. Os seus 10 campeonatos foram conquistados em 24 anos, 8 em 12 anos. Em 10 anos, foram tetra e mais tarde tri-campeões. Seriam mais tarde superados pelo penta do Marselha e hepta do Lyon.
Venceram ainda 6 taças, 4 delas como dobradinha. Na Europa, em 3 edições das Taça dos Campeões Europeus chegaram a uma meia-final e uma final (foto), eliminados pelo Bayern em ambas.
A década de 70 foi uma época dominada pelos “verdes”. Mas só nos últimos anos conseguiram alcançar uma posição tranquila no campeonato, tendo ainda passado pelo segundo escalão.
Em 2013 venceram uma Taça da Liga.


5. Rangers

Existem 2 datas negativas para o Rangers: 2012, o ano em que o clube caiu na 3ª divisão por questões financeiras (tinham ficado em 2º no campeonato); e 1967, ano em que os seus grandes rivais (Celtic) venceram a Taça dos Campeões Europeus, competição nunca ganha pelos azuis.
Agora, o Rangers entra em clara recuperação, tendo já alcançado o 2º lugar da primeira divisão.
Na sua história figuram 53 campeonatos nacionais (9 deles seguidos), 33 taças, e 27 taças da liga.
Na Europa conquistou apenas uma Taça das Taças (foto) (em 3 finais) e chegou a uma final da Taça UEFA (perdida para o Zenit em 2008).
Em 1960 chegaram às meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, mas os alemães do Eintracht Frankfurt impuseram uma goleada de 12-4.
O objectivo agora, será o de cimentar a posição de clube com mais títulos nacionais.


4. Aston Villa

Na segunda divisão inglesa, “vive” um dos clubes mais titulados de Inglaterra. Mais campeonatos e taças que City e Chelsea. O Aston Villa possui 20 troféus nacionais, o primeiro ganho em 1887 e o último a 1996.

Mas o momento mais alto do clube de Birmingham aconteceu em 1982, quando ergueram a Taça dos Campeões Europeus, (foto) conseguindo também a Supertaça Europeia.
Esta época, terminaram a segunda divisão (Championship) em 13º, estando sempre afastados da promoção.



3. Hamburger SV

O clube alemão não detém um currículo invejável. Mas esteve muito perto de o ter. Em 6 épocas (1979-1984), o Hamburgo venceu 3 campeonatos e ficou por 3 vezes no 2º lugar (em 1984, terminaram empatados com o campeão Estugarda e o 3º classificado Borrusia Monchegladbach).
Nessas 6 épocas, venceram uma Taça dos Campeões Europeus à Juventus de Zoff, Platini e Paolo Rossi (foto); e perderam outra para o Nottingham Forrest. Perderam ainda uma final da Taça UEFA para o IFK , uma Supertaça Europeia para o Aberdeen de Ferguson e uma Taça Intercontinental para o Grémio.
Apesar da conquista da Taça das Taças em 1977, o Hamburger esteve muito perto de se tornar uma referência mundial no futebol, mas como diz o ditado, “dos derrotados não reza a lenda”.
Há 3 épocas, o clube alemão salvou-se da despromoção no prolongamento do play-off.
Em 2007 venceram a Taça Intertoto.


2. Torino

Em Maio de 1949, o Torino viajou até Lisboa para defrontar o Benfica (foto) num amigável (Benfica venceu por 4-3). No regresso, devido ao imenso nevoeiro, o avião embateu na Basílica de Superga, provocando a morte de todos a bordo. Era o fim de uma geração, era o fim de uma das mais fortes equipas da história.
Na década de 40, o Torino foi campeão por 5 vezes. Na última (1949), terminava o campeonato a jogar com as camadas jovens, gesto respeitado e imitado pelos adversários.
Ao Torino faltou a consagração internacional por troféus. Faltou-lhe tempo para disputar o aparecimento das competições europeias. Em Itália dominava completamente, e a selecção era representante disso mesmo (num jogo, 10 titulares da squadra azzurra pertenciam ao Torino).
Nos 3 primeiros campeonatos do tetra, a equipa marcou sempre mais de 100 golos (125 em 1947/48).
Em 1976 voltaria a vencer o campeonato, e em 1992 perderia a final da Taça UEFA para o Ajax.
O Torino viveu a sua época de sonho numa época injusta para a qualidade que tinham. Sem Mundial (devido à II Guerra Mundial) para levar os seus jogadores e sem competições europeias para se mostrar ao Mundo, o Torino tem actualmente pouco reconhecimento pelo que foi no futebol.
Em 1993, o Torino venceu a sua 5ª Taça de Itália, despedindo-se dos troféus principais.


1. Nottingham Forrest

Se há clubes que viveram décadas de sucesso, outros tiveram sucesso num período bem mais curto. É o caso do Notthigham Forrest que em 3 épocas venceu 2 Taças dos Campeões Europeus, 1 Campeonato, 1 Supertaça Europeia, 2 Taças da Liga e 1 Supertaça Inglesa.
Um nome destacou-se: Brian Clough (foto). Depois de ter promovido o Derby County ao principal escalão e se ter sagrado campeão nacional, Clough rumou ao Leeds onde acabaria despedido em pouco tempo. Regressou então à segunda divisão na tentativa de repetir a façanha com o Nottingham. E conseguiu muito mais: promoção, título nacional e 2 Taças dos Campeões Europeus. Clough tornava-se num ícone e fazia do Nottigham Forrest uma referência mundial (era o 3º clube inglês a vencer o troféu).
Em 2016/17, o Nottingham Forrest escapou à descida para o 3º escalão graças à diferença de golos (2) para o Blackburn.
Venceram uma Taça da Liga em 1990 e nunca participaram da Premier League neste milénio.