terça-feira, 30 de maio de 2017

Mercado: os dilemas dos 3 grandes

SL Benfica

O Benfica tem, em teoria, o melhor dos problemas. Com interessados em vários jogadores, o Benfica precisa sobretudo de fazer uma gestão cuidada das saídas.

Ederson, Lindelof, Nélson Semedo, Mitroglou, e outros têm mercado. E o Benfica pode fazer mais de 100M€ em vendas com alguma facilidade. No entanto, a preocupação deve ser a de não levar a um novo início na próxima época.


É verdade que já vários reforços foram contratados nesta mesma época para assegurar futuras ausências. Alguns rodaram, outros ficaram. Além disso, há ainda a formação que tão bem tem resultado nos últimos anos.

Resta saber se as águias vão colmatar as saídas com valores já comprovados ou “promover” as alternativas desta época, com um ou outro ajuste de contratação para o imediato como é o caso do falado André Moreira (lugar de Ederson).

O planeamento a longo prazo parece ser uma nova estratégia nos encarnados, mas a folha salarial começará a pesar. A realidade é que o Benfica tem já nos seus quadros jogadores capazes de entrarem na equipa. Ou seja, não existe urgência no ataque ao mercado.

Depois do Tetra, o Benfica pode alcançar os portistas com a conquista do Penta, mas deverá também decidir se quer apostar ou não nas provas europeias. E para isso, o reforço do plantel precisa de ser cuidado mas também ambicioso.

FC Porto

Antes de mais, o FCP precisa de assegurar um novo treinador. A alternativa seria preparar a próxima época e escolher alguém que coincidisse com as escolhas do clube. A realidade, por norma é bem diferente. Nuno, Peseiro, Lopetegui, Luís Castro e Paulo Fonseca, usaram formas distintas de jogar. Fará sentido formar equipa sem comandante?

Depois, há questão da receita. O FCP precisa de vender. E uma revolução na equipa parece estar a caminho. Brahimi não deverá aguentar mais um ano, Felipe terá uma proposta, Casillas e Maxi têm salários elevados, Depoitre e Boly não singraram, Danilo e André Silva têm boas valorizações...

A juntar a tudo isto, o FCP têm ainda um leque de jogadores emprestados que poderiam ser muito úteis. Indi e Reyes poderiam formar uma nova dupla sem necessidade de investimento, mas ambos parecem querer sair. Ricardo foi grande destaque em França e não ficará para ser suplente. Bueno seria opção para determinadas escolhas tácticas. Marega e Hernani destacaram-se mas também numa forma específica de jogar. A esses juntam-se muitos mais como Aboubakar, Suk, Quintero, Adrian Lopez, Josué.

Face à necessidade de vender, o FCP deveria focar-se inicialmente no que já tem. Veja-se o exemplo na zona defensiva: Ricardo, Reyes, Indi e Rafa, estiveram muito bem nos respectivos empréstimos. Uma defesa de qualidade, já assegurada.

A opção pelo treinador é no entanto a mais urgente. E não havendo opções seguras, o FCP está há 4 anos sem vencer (recorde com Pinto da Costa) e uma aposta do tudo ou nada, poderá resultar num regresso triunfante como num agravamento da crise.

Sporting CP

Os leões enfrentam um dilema semelhante ao do FCP: necessidade de vender e a questão do treinador.

Começando pelo treinador, caso Jorge Jesus fique, o Sporting terá, mais uma vez, que se ajustar ao seu treinador. Precisará de reforços de peso, com impacto directo na equipa, sendo o empréstimo a opção mais acessível. O reforço da equipa terá de ser o mais preciso possível, pois o orçamento será reduzido. E os empréstimos, ainda que possam trazer qualidade imediata, trazem incertezas para as próximas épocas. Além disso, não há retorno financeiro dos mesmos.

Por outro lado, o SCP contratou alguns jogadores que não adicionaram uma grande qualidade à equipa e saindo, pouco retorno financeiro trarão. Restam assim as opções Rui Patrício, William, Adrien, Gelson e Bas Dost. Ou seja, os fundamentais na equipa. O clube leonino enfrenta um dilema de quem vender. A verdade é que os 3 capitães estão já a algum tempo em Alvalade e poderão sair para contratos bem mais aliciantes. Por outro lado, Gelson poderá ter convites irrecusáveis.

O grande problema no plantel leonino, é que mesmo não vendendo nenhuma das figuras, o que será difícil, o SCP precisará ainda assim de reforços. E os excedentes poderão não chegar. É certo que alguns emprestados poderão reforçar como já aconteceu com Podence e Palhinha, mas ainda assim poderá ser curto.

Para juntar a tudo isto, o SCP terá de começar a sua preparação bem cedo, devido ao play-off da Liga dos Campeões. Play-off que poderá decidir muitas destas questões.

Mais uma época sem troféus, poderá complicar o destino tanto de treinador como do presidente. Em época de decisões, o SCP precisa de ser o mais assertivo e cuidado com o mercado. 

segunda-feira, 29 de maio de 2017

TOP 5 - Treinadores 2016/17

      1. Nuno Manta

Depois da derrota do Feirense na Madeira, Nuno Manta Santos sucedia a José Mota no comando da equipa de Santa Maria da Feira. No fim da 14ª jornada, o Feirense contava com 11 pontos e encontrava-se na zona de descida. 20 jornadas depois, o Feirense ficou com no 8º lugar a uns meros 2 pontos da Europa. Nuno Manta conseguiu 37 pontos em 60 possíveis. Apenas SLB (47), FCP (45) e SCP (43) fizeram melhor.
Nuno Manta Santos comandava a equipa principal como muitas vezes acontece: uma promoção temporária de alguém da casa. Mas o treinador português começou a impressionar cada vez mais e provou ser o destaque desta temporada.

      2. Pedro Martins

Pedro Martins terminou a época passada em 6º lugar, deixando o Rio Ave com mais 10 pontos que o Vitória. Na época de estreia no Vitória, o ex-jogador vimanarense deixou o clube em 4º lugar a apenas 8 pontos do 3º lugar.
Além disso, Pedro Martins conseguiu fazer crescer a equipa em diferentes vertentes. Às vitórias, o clube de Guimarães começou a marcar mais golos e oferecer aos cada vez mais adeptos no estádio melhores exibições.
Há 10 anos que o Vitória não ficava nos 4 primeiros. Esta época marcou o regresso de um dos históricos.
Além do excelente campeonato, Pedro Martins levou a sua equipa à final da Taça de Portugal.

      3. Rui Vitória

Depois de ter sido campeão nacional e de ter saído da Champions League de cabeça erguida (quartos-de-final frente ao Bayern), esperava-se que Rui Vitória recebesse mais reconhecimento. No entanto, pairavam ainda dúvidas que a equipa conseguisse continuar na senda das vitórias.
Na época passada Rui Vitória foi campeão na última jornada. Desta feita, foi campeão na penúltima jornada.
Na Europa, a saída nos oitavos-de-final deixa a imagem que  deveria ter sido mais. Mas é importante lembrar que esta foi a 4ª vez que o Benfica passou a fase de grupos nas últimas 10 participações na maior prova europeia.
Com a conquista da Taça e Supertaça, Rui Vitória conquista todas as competições nacionais em 2 épocas.

4. Luís Castro

Luís Castro falhou o objectivo Europeu. Não deveria estar o treinador do Marítimo no seu lugar? Todo o mérito para Daniel Ramos, mas Luís Castro teve uma performance fantástica.
É importante lembrar que o Rio Ave estava em 12º quando Luís Castro chegou. O Rio Ave conseguiu 38 pontos em 24 jornadas com Luís Castro. Nessas 24 jornadas, apenas SLB (56), FCP (55), SCP (49) e Vitória (42) conseguiram suplantar o registo.


5. Pedro Emanuel

Como pode um treinador que disputou apenas 11 jogos entrar no top? A razão é simples: o tempo era curto e Pedro Emanuel conseguiu mudar muito.
A 10 jornadas do fim do campeonato, o Estoril estava em 15º a 4 pontos da descida. Terminado o campeonato, a imagem deixada pelo então 10º classificado, era que mais algumas jornadas e conseguiriam atacar a Europa.
Na Taça, e com uma desvantagem de 2-1, o Estoril foi à Luz assustar o Benfica até ao último minuto.
Por fim, o plantel do Estoril transformou-se num mercado apetecível como se pode ver pelas movimentações dos grandes de Lisboa.









domingo, 28 de maio de 2017

FCP e SCP: problemas a crescer, soluções a aparecer

Marco Silva foi oficialmente apresentado como treinador do Watford. Em vários canais de imprensa (portuguesa e estrangeira), Marco Silva terá sido abordado pelo FC Porto como prioridade.

Mas o que leva um jovem treinador a optar por uma equipa que ficou 6 pontos acima da despromoção na Premier League em vez de um candidato ao título português e com presença na Champions?

É certo que os clubes da Premier League têm uma capacidade financeira que em Portugal não existe. Mas será o salário o principal motivo? A essa questão só Marco Silva poderá responder, mas adivinham-se respostas.

Hoje, o presidente do Nantes confirmou o interesse do FCP em Sérgio Conceição, mas que a sua saída não aconteceria. Por vontade mútua (Nantes e Conceição).

As atenções podem centrar-se agora em Paulo Sousa e Pedro Martins. E uma rejeição de qualquer um deles, poderá ditar um problema sério nos portistas.

Quando Lopetegui foi despedido, a apresentação de Peseiro surpreendeu tudo e todos. Esperava-se alguém com mais reputação ou uma aposta num treinador diferente. As notícias de então falavam do Olympiakos não facilitar Marco Silva e de Sérgio Conceição não ter gostado do timing.

Resumindo, a verdade é que a vaga no FCP não é uma vaga tão desejável como há poucos anos atrás. Se o FCP era uma ponte para o sucesso, neste momento não é. A “fama” que o FCP vai ganhando torna o desafio mais assustador.

Paulo Sousa tem mercado em Itália. Pedro Martins está num novo projecto que lhe poderá oferecer não possibilidades de Champions ou campeonatos, mas poderá oferecer tranquilidade para uma progressão semelhante a Paulo Fonseca.

A escassez de verbas para reforços leva a que o cargo de treinador do FCP seja ainda menos apetecível. A saída inevitável de alguns titulares necessitaria de ser conjugada com a progressão da prata da casa com reforços assertivos. Algo que não tem acontecido para os lados do Dragão.




Já quanto ao Sporting, ainda que se leiam desmentidos sobre o interesse do PSG, a saída do treinador poderá ser uma solução positiva para todos.


Por um lado, o SCP não quer deixar Jorge Jesus disponível para o Dragão. Por outro, o salário do treinador e a sua forma de trabalhar vai-se mostrando incompatível com o cargo em Alvalade.

Uma saída financeiramente compensada, com destino certo e não como rival seria uma boa solução para ambas as partes.

O SCP reduziria substancialmente os custos, permitiria olhar com outra atenção para os recursos já disponíveis (ainda ontem os juniores sagraram-se campeões) e facilitaria a entrada de um novo ciclo.

Rui Patrício, Adrien e William estão no SCP há várias épocas, com mercados e propostas tentadoras. “Amarrá-los” em casa poderá obrigar a compensações salariais acima da realidade leonina e ainda a um menor reforço da equipa principal.
Se aos “capitães” juntarmos Gelson Martins (um dos jogadores mais desejados em Portugal), a equipa poderá ter de se reerguer.

Não colocando o profissionalismo em causa, a verdade é que não faltam exemplos do que o não deixar um jogador subir a outros patamares pode causar à equipa.

Por fim, Jorge Jesus poderia ter um desafio para vencer uma competição europeia e chegar a outro patamar na sua carreira.



Enquanto FCP e SCP vão procurando soluções, o SLB vai calmamente preparando o futuro. E é este o principal factor de desequilíbrio entre os 3 grandes.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Procurar treinador ou estilo de treinador?

A imprensa, portuguesa e não só, avança com algumas possibilidades para novo treinador do FC Porto.

A situação é urgente, até porque falta pouco mais de 1 mês para o início da pré-temporada dos portistas.

Olhemos então para cada uma das opções avançadas:


Marco Silva é já uma paixão antiga. Já pedido por muitos adeptos na época passada, o ainda treinador do Hull City afirmou que gostaria de ficar na Premier League. Com sondagens de Watford e Southampton, será difícil ao FCP conseguir convencer o técnico.
A passagem no Estoril é ainda o maior destaque da sua carreira. Consistência e muito valor nessa equipa que chegou a ir à Europa. No Sporting venceu uma Taça e fez um bom campeonato. A conquista do campeonato grego foi um passeio com os 27 pontos de vantagem. Por fim, apesar de ter falhado o objectivo com o Hull City, a equipa inglesa mudou tanto que o treinador despertou interesse em outros clubes.


Sérgio Conceição é um homem da casa. Tinha sido já apontado como hipótese antes da chegada de Peseiro e também antes de Nuno. Neste momento, está no Nantes onde conseguiu levar o clube do 17º ao 7º lugar. Conquistou adeptos e clube que já assegurou a sua renovação. Para trás ficam passagens não muito felizes no Vitória e Académica. Já no Braga e Olhanense o trabalho deixou algumas notas positivas.
Os adeptos do Nantes estão satisfeitos com o seu trabalho e a hashtag #NoSergioNoParty é um sucesso. A renovação dificulta a sua saída, mas a saída de alguns clubes foi tudo menos pacífica.


Pedro Martins já passou pelo FCP como adjunto de Couceiro. A regularidade das suas equipas dão-lhe a imagem de sucesso que continuou a transportar no Vitória. Apesar de um convite do FCP ser sempre um salto na carreira, a verdade é que o Vitória tem um novo projecto e ainda agora chegou ao clube. Tem ainda hipótese de vencer um troféu, mas em caso negativo seria mais um que chegaria ao FCP sem qualquer troféu conquistado.
No Marítimo conseguiu um 5º e um 6º lugar. No Rio Ave conseguiu um 6º lugar. Agora não esteve longe do pódio.


Paulo Sousa será talvez aquele que está no patamar mais elevado, apesar de ser frequentemente noticiado que terá o lugar em risco. Além disso, foi um jogador de grande sucesso, ainda que com passagem nos rivais.
As passagens no QPR e Leicester foram demasiado curtas. Na Hungria nunca conseguiu vencer o campeonato. Em Israel e na Suíça já foi campeão e foi o trabalho no Basel que o lançou para a Fiorentina. No entanto, esta época não conseguiu o apuramento europeu, sendo que terá ameaçado sair se saíssem mais jogadores no início da época.


Claude Puel foi também falado na época passada. Tem sido um treinador de projectos e não de choque. Talvez por isso se fale na sua saída do Southampton. O clube inglês encaixa bem no perfil do treinador, mas se o FCP o escolher deverá olhar para ele pelo que fez. Puel é um treinador que lança jovens, que desenvolve equipas. Mas não é um treinador para ganhar 10 títulos em 15 anos. Pelo menos nunca o foi.
No Monaco, lançou vários jovens e foi campeão em 3 anos. Foi ele que lançou Rafa Marquez, Riise, Abidal, etc. É certo que tinha a base de Wenger e que após o título acabou em 11º.
Esteve 6 épocas no Lille, lançando Mirallas, Debuchy, Dante, Cabaye e Hazard. Esteve apenas por 2 vezes no pódio mas nunca apanhando o hepta-campeão Lyon.
Seguiu-se o Lyon que terminou a sua sequência de títulos. Ficou sempre no pódio mas nunca venceu. Lançou Lacazette e Lovren, mas destacou-se sobretudo por ter chegado às meias-finais da Champions.
No Nice, Puel despertou muito interesse pela qualidade de futebol da equipa. Em 4 anos, ficou por 2 vezes no top4 mas numa edição quase descia.
No Southampton falhou o apuramento europeu, sendo que conseguiu a final da Taça da Liga.


Ranieri é uma opção “choque”. Um treinador com muita experiência, com nome e respeito e com intenção de vencer já.
A sua experiência fala por si, mas a verdade é que o italiano apenas venceu 1 campeonato principal. No entanto, foi o treinador que recuperou o Monaco e que levou o Chelsea às meias finais da Champions.



A questão principal nestes “candidatos” é a diferença entre alguns deles. O perfil de Puel nada tem a ver com o perfil de Sérgio Conceição. Ranieri nada tem a ver com Marco Silva.

O que o FCP precisa é definir o tipo de treinador que pretende. Não o nome, mas qual o tipo de treinador. Que ideias e filosofias trará e que ambições pode o clube ter.

Poderá o FCP reforçar a equipa ao “escaldado” Paulo Sousa? Quererá o FCP um Puel focado em desenvolver jogadores jovens como os muitos presentes no plantel? Ou quererá um treinador de discurso mais agressivo como Sérgio Conceição?

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Será culpa dos treinadores?

Nuno Espírito-Santo deixou hoje de ser treinador do FC Porto. Desde o último título nacional, é o 5º treinador que passa pelo FCP (Rui Barros é um caso diferente). 5 treinadores, e o ciclo não se inverte. 


Comecemos pelo início...

Em Maio de 2013, o FCP sagrava-se campeão nacional pelas mãos de Vítor Pereira. O minuto Kelvin é ainda hoje recordado e carimbou a ultrapassagem dos dragões às águias. Após o triplete de André Villas-Boas, Vítor Pereira não conseguiu satisfazer os adeptos. O futebol não era o mesmo, e apesar dos títulos, o FCP corria frequentemente atrás do grande rival, além que nas restantes competições, o FCP não deslumbrava.

Vítor Pereira saía e dava entrada Paulo Fonseca, oriundo de uma temporada inesquecível no Paços de Ferreira. O novo treinador começou bem. Conquista da Supertaça e 7 vitórias em 8 jogos para o campeonato. À 15ª jornada, o FCP perdia a liderança do campeonato na Luz que a juntar à falha no apuramento para os Oitavos da Champions começou a sentenciar o destino do novo treinador.

Luís Castro, assumia provisoriamente o lugar de treinador. Apesar da boa eliminatória frente ao Nápoles, o FCP continuava sem consistência. A solução provisória não passaria a definitiva.

Lopetegui foi talvez a escolha mais inesperada. Com ele vieram vários jogadores, uns já com destino traçado, outros com valor questionável. Apesar do FCP ter chegado aos quartos-de-final da Champions (que não chegava há 6 anos), a goleada de Munique (e exibição) destruíram a moral da equipa. Não ganhando nada, Lopetegui ficava para a época seguinte. Mas correu ainda pior. O FCP falhava o apuramento aos Oitavos da Champions e a liderança ia fugindo. O espanhol acabou despedido.

Seguiu-se José Peseiro, apresentado como “a escolha”. A vitória na Luz ainda entusiasmou os adeptos, mas as derrotas caseiras frente a Arouca e Tondela somaram-se à derrota na final da Taça, deixando o FCP, mais uma vez, na procura de treinador.

Nuno Espírito Santo foi o escolhido. Apesar de ter conseguido o apuramento para os Oitavos da Champions, o FCP vacilou sempre que tinha oportunidade para apanhar a liderança. Mais uma época sem troféus, mais um treinador de saída.

 Mas afinal, será que o problema é a escolha do treinador?

Como é óbvio, é impossível dizer o que teria conseguido o FCP com outras escolhas. Mas é possível verificar qual o percurso de cada um deles após a saída do FCP. Inclua-se também na equação André Villas-Boas, o treinador de maior sucesso do FCP dos últimos 10 anos.



André Villas Boas:  Após a época de sucesso tremendo, AVB saiu para o Chelsea onde foi despedido em Março com o Chelsea em 5º na Premier League. Seguiu-se o Tottenham onde acabou a primeira época em 5º e despedido na segunda com a equipa em 7º.  No Zenit, venceu campeonato, taça e supertaça em mais de 2 épocas. Agora, na China, segue em 2º atrás de Scolari.



Vítor Pereira: A aventura árabe foi bem curta. No Olympiakos foi campeão e venceu a taça, sendo que substituiu Michel com a equipa na liderança do campeonato. Seguiu-se o Fenerbahce e o 2º lugar no campeonato. Agora, está no TSV 1860 Munique, onde vai disputar o play-off de despromoção do segundo escalão alemão. À entrada de Vítor Pereira, a equipa estava em 14º e terminou em 16º.

Paulo Fonseca: Depois do FCP, voltou ao Paços de Ferreira deixando a equipa em 8º, sendo que no ano anterior tinham terminado em 15º. Seguiu-se o Braga e a conquista da Taça de Portugal a juntar ao 4º lugar no campeonato e Quartos de final da Liga Europa. Agora, venceu a dobradinha no Shakhtar.

Luís Castro: Regressou à equipa B, conseguindo um título inédito e uma final da Premier League U21 International Cup. Nesta época, substituiu Capucho, levando o Rio Ave do 12º ao 7º lugar.

Lopetegui: É o actual seleccionador da Espanha, liderando (em igualdade com a Itália) o grupo de apuramento para o Mundial.

José Peseiro: Voltou a Braga, sendo despedido logo à 13ª jornada com a equipa em 4º e a 1 ponto do 3º. A equipa terminaria em 5º a 8 pontos do 4º. Está nos Emirados, a treinar o Al Sharjah conseguindo subir 1 lugar na classificação desde que chegou.

Todos os treinadores tiveram altos e baixos.
Curiosamente, à exceção de Lopetegui e Peseiro, todos foram campeões. AVB na Rússia, Vítor Pereira na Grécia, Paulo Fonseca na Ucrânia, Luís Castro na segunda liga.
Também não deixa de ser curioso, que actualmente apenas Lopetegui e Paulo Fonseca estão em equipas de grande destaque (competições internacionais – europeias).

Ou seja, a questão central que se coloca é: a culpa é do treinador? Será que qualquer um destes seria campeão esta época? Não sabemos.

Outra questão pertinente: quem poderá ser escolhido para virar este ciclo negativo? Não estará o FCP a entrar num ciclo onde um treinador poderá preferir uma equipa de meio da tabela lá fora que um candidato ao título nacional?


O FCP deve sim, ponderar sobre o que fazia quando vencia. E uma coisa é certa: não despedia 1 ou 2 treinadores por época.