SL Benfica
O Benfica tem, em teoria, o melhor dos problemas. Com
interessados em vários jogadores, o Benfica precisa sobretudo de fazer uma
gestão cuidada das saídas.
Ederson, Lindelof, Nélson Semedo, Mitroglou, e outros têm mercado. E o Benfica
pode fazer mais de 100M€ em vendas com alguma facilidade. No entanto, a
preocupação deve ser a de não levar a um novo início na próxima época.
É verdade que já vários reforços foram contratados nesta
mesma época para assegurar futuras ausências. Alguns rodaram, outros ficaram.
Além disso, há ainda a formação que tão bem tem resultado nos últimos anos.
Resta saber se as águias vão colmatar as saídas com valores
já comprovados ou “promover” as alternativas desta época, com um ou outro ajuste
de contratação para o imediato como é o caso do falado André Moreira (lugar de
Ederson).
O planeamento a longo prazo parece ser uma nova estratégia
nos encarnados, mas a folha salarial começará a pesar. A realidade é que o
Benfica tem já nos seus quadros jogadores capazes de entrarem na equipa. Ou
seja, não existe urgência no ataque ao mercado.
Depois do Tetra, o Benfica pode alcançar os portistas com a conquista do Penta, mas deverá também decidir se quer apostar ou não nas provas europeias. E para isso, o reforço do plantel precisa de ser cuidado mas também ambicioso.
FC Porto
Antes de mais, o FCP precisa de assegurar um novo treinador.
A alternativa seria preparar a próxima época e escolher alguém que coincidisse
com as escolhas do clube. A realidade, por norma é bem diferente. Nuno,
Peseiro, Lopetegui, Luís Castro e Paulo Fonseca, usaram formas distintas de
jogar. Fará sentido formar equipa sem comandante?
Depois, há questão da receita. O FCP precisa de vender. E uma
revolução na equipa parece estar a caminho. Brahimi não deverá aguentar mais um
ano, Felipe terá uma proposta, Casillas e Maxi têm salários elevados, Depoitre
e Boly não singraram, Danilo e André Silva têm boas valorizações...
A juntar a tudo isto, o FCP têm ainda um leque de jogadores
emprestados que poderiam ser muito úteis. Indi e Reyes poderiam formar uma nova
dupla sem necessidade de investimento, mas ambos parecem querer sair. Ricardo
foi grande destaque em França e não ficará para ser suplente. Bueno seria opção
para determinadas escolhas tácticas. Marega e Hernani destacaram-se mas também
numa forma específica de jogar. A esses juntam-se muitos mais como Aboubakar,
Suk, Quintero, Adrian Lopez, Josué.
Face à necessidade de vender, o FCP deveria focar-se
inicialmente no que já tem. Veja-se o exemplo na zona defensiva: Ricardo,
Reyes, Indi e Rafa, estiveram muito bem nos respectivos empréstimos. Uma defesa
de qualidade, já assegurada.
A opção pelo treinador é no entanto a mais urgente. E não havendo opções seguras, o FCP está há 4 anos sem vencer (recorde com Pinto da Costa) e uma aposta do tudo ou nada, poderá resultar num regresso triunfante como num agravamento da crise.
Sporting CP
Os leões enfrentam um dilema semelhante ao do FCP: necessidade
de vender e a questão do treinador.
Começando pelo treinador, caso Jorge Jesus fique, o Sporting
terá, mais uma vez, que se ajustar ao seu treinador. Precisará de reforços de
peso, com impacto directo na equipa, sendo o empréstimo a opção mais acessível.
O reforço da equipa terá de ser o mais preciso possível, pois o orçamento será
reduzido. E os empréstimos, ainda que possam trazer qualidade imediata, trazem
incertezas para as próximas épocas. Além disso, não há retorno financeiro dos
mesmos.
Por outro lado, o SCP contratou alguns jogadores que não
adicionaram uma grande qualidade à equipa e saindo, pouco retorno financeiro
trarão. Restam assim as opções Rui Patrício, William, Adrien, Gelson e Bas
Dost. Ou seja, os fundamentais na equipa. O clube leonino enfrenta um dilema de
quem vender. A verdade é que os 3 capitães estão já a algum tempo em Alvalade e
poderão sair para contratos bem mais aliciantes. Por outro lado, Gelson poderá
ter convites irrecusáveis.
O grande problema no plantel leonino, é que mesmo não
vendendo nenhuma das figuras, o que será difícil, o SCP precisará ainda assim
de reforços. E os excedentes poderão não chegar. É certo que alguns emprestados
poderão reforçar como já aconteceu com Podence e Palhinha, mas ainda assim
poderá ser curto.
Para juntar a tudo isto, o SCP terá de começar a sua preparação
bem cedo, devido ao play-off da Liga dos Campeões. Play-off que poderá decidir
muitas destas questões.
Mais uma época sem troféus, poderá complicar o destino tanto de treinador como do presidente. Em época de decisões, o SCP precisa de ser o mais assertivo e cuidado com o mercado.