segunda-feira, 31 de julho de 2017

Balanço pré-época 2017/18

Com a pré-temporada quase a terminar (apenas o FC Porto terá mais um jogo de preparação – frente ao Gil Vicente), os 3 grandes precisam de ajustes. Mas ao analisar a preparação dos candidatos, o FC Porto leva um avanço teórico.



O SL Benfica caiu na armadilha financeira, que vários clubes caem. Após ter conquistado o Tetra, o SLB poderia ter partido para esta temporada com uma aposta séria no Penta e numa surpresa europeia, mas acabou por fragilizar a equipa.

É certo, que o interesse dos jogadores em continuar seria reduzido, sobretudo com os tubarões a demonstrar interesse. Ederson, Nélson Semedo e Lindelof saíram para equipas que lutarão por vários troféus e possibilitam um salário de uma dimensão bem superior.

Seferovic é uma grande surpresa e ameaça ganhar já a titularidade, mas nenhuma das saídas foi devidamente acautelada. Para isso muito contribui a pressão do imediato.
Bruno Varela fez uma boa época no Setúbal, mas entra no Benfica sem o impacto que Oblak teve após passagem pelo Rio Ave. Pedro Pereira regressa a “casa” após poucos jogos em Itália. Menos grave está o centro da defesa que conta com Jardel, Lisandro e Luisão. Ainda assim, os 14 golos sofridos em 6 jogos alertam para a urgência de aprimorar o sector.


O FC Porto contratou apenas um guarda-redes e que aparentemente não terá lugar na baliza da equipa. Mas a equipa mudou muito. Os 19 golos marcados em 7 jogos mostram essa diferença.

Os regressos de Ricardo e Aboubakar prometem estragos. A esses juntam-se Indi, Reyes e Rafa, soluções para a defesa; Hernani, Marega, para dar alternativas na frente; e ainda Sérgio Oliveira que regressa após ter jogado no Nantes com Sérgio Conceição.

O treinador dos portistas parece ser o grande reforço da época, tentando trazer a intensidade que marcou os anos 90 e que o próprio vivenciou no clube como jogador.

No entanto, a equipa não mostra equilíbrio no plantel. Com 6 laterais (Ricardo, Maxi, Dalot; Telles, Layun, Rafa) e apenas 3 extremos (Brahimi, Corona e Hernani), o FCP vai criando adaptações (Layun, Ricardo e Otávio) para colmatar a falta de mais um extremo. No ataque, e confirmando-se a titularidade de Aboubakar e Soares, o FCP deposita em Marega e uma eventual chamada de Rui Pedro para equilibrar a equipa.


O Sporting entusiasmou os seus adeptos com as contratações de Bruno Fernandes, Doumbia, Coentrão e Acuña. No entanto, alguns reforços (como Bruno, Battaglia e Petrovic) parecem anunciar saídas de peças fundamentais.

Os erros do passado parecem não se repetir com a manutenção de alguns jovens e contratação de elementos chave. No entanto, os “leões” parecem não ter encontrado ainda o lateral direito que traga o que o treinador quer.

Essa lacuna no plantel tem sido contornada com uma adaptação para 3 centrais, uma táctica muito exigente e que requer algumas rotinas. É certo que Conte foi campeão italiano e inglês com essa opção, mas o risco é grande.

Apostar o futuro de uma época decisiva numa táctica pouco familiarizada da maioria dos jogadores, pode correr muito bem ou muito mal. É certo que o nosso campeonato é disputado, em grande maioria, contra equipas que fecham muito o bloco e atacam com apenas 1/2 elementos. Mas desconcentrações no sector defensivo podem custar muito caro.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

10 gigantes esquecidos

Nesta época que terminou, o Real Madrid tornou-se no primeiro clube a vencer a Champions League por 2 anos seguidos. O feito já tinha sido feito na Taça dos Campeões Europeus, com AC Milan, SL Benfica, Liverpool, Bayern, Real entre outros, a conseguirem-no.

O Real Madrid dominou a época em Espanha e na Europa, fazendo história. Mas outros clubes também já o fizeram nos seus tempos áureos. Alguns deles, não conseguiram manter-se ao nível que os seus adeptos sonhavam. Alguns caíram praticamente no esquecimento. Outros, lutam por regressar aos grandes palcos.


Seguem 10 exemplos de “gigantes esquecidos”. Provavelmente, os 10 mais proeminentes.

10. Bologna

Actualmente, o Bologna luta pela manutenção. Mas nem sempre foi assim. Os anos 30 assim o provaram.
Antes do aparecimento da Taça dos Campeões Europeus, os clubes da Europa central disputavam a Taça Mitropa. O Bologna venceu-a por duas vezes nos anos 30 (e mais uma nos anos 60, já com menos reconhecimento internacional pela prova).
O currículo dos italianos não fica no entanto por aí. Sete campeonatos e duas taças.
Após o período de graça do clube, o Bologna esteve muito perto (5 minutos) de chegar à final da Taça UEFA de 1999, mas um golo de Blanc colocava o Marselha no lugar desejado.
Há ainda um outro pormenor. Em 1934, a Itália foi campeã do Mundo. 2 dos titulares na final jogavam no Bologna. O avançado Shiavio (na foto) foi uma das grandes referências da equipa com mais de 100 golos marcados pelo Bologna.
O último troféu dos italianos foi em 1998 com a Intertoto.



9. KV Mechelen

Sétimo classificado do último campeonato belga, o clube de uma cidade próxima da capital já viveu a sua glória.
No fim dos anos 80, o KV Mechelen venceu 4 troféus em 2 épocas. Campeonato, Supertaça, Taça das Taças e Supertaça Europeia.
Na final da Taça das Taças (foto), os belgas venceram o Ajax de Cruyff. Mas não se ficaram por aí na sua curta, mas impressionante, passagem europeia.  Venceriam ainda a Supertaça Europeia ao PSV de Hiddink (treinador), Romário e Gerets. (que tinha vencido a Taça dos Campeões Europeus ao SL Benfica). No ano seguinte, chegaram às meias finais da Taça das Taças, sendo eliminados pela Sampdória de Vialli e Mancini. Um ano depois, disputavam a Taça dos Campeões Europeus, obrigando o Milan de Sacchi a ir a prolongamento para os vencerem nos quartos-de-final.
Apesar de ter apenas 4 títulos de campeão nacional, o ex-clube de Preud’Homme, viveu 4 épocas que prometeram muito. Mas o sucesso terminou aí.
Desde 1989 que não vencem um troféu.


8. Stade de Reims

Em 9 jogos de uma edição da Taça dos Campeões Europeus, a equipa francesa marcou 23 golos. No ano anterior, esteve a 30 minutos de ser o 1º vencedor da competição. O Stade de Reims fez quase tudo para marcar uma era (anos 50), apenas não conseguiu superar o Real Madrid.
3 campeonatos, 2 taças e 2 supertaças a juntar a 2 finais na Taça dos Campeões Europeus (ambas perdidas para o Real).
Em 1958, a França chegava às meias-finais do Mundial da Suécia. Com Just Fontaine e Kopa (figuras da equipa), os franceses caíram aos pés do Brasil de Pelé (17 anos) e Garrincha. Just Fontaine é ainda hoje o melhor marcador de sempre de um Mundial. Kopa, outra figura do Stade de Reims, haveria de ser tri-campeão europeu pelo Real Madrid, nos 3 anos que esteve fora da equipa francesa.
Em 1962 foram campeões nacionais pela última vez, e em 2003 e 2009 caíram na 3ª divisão.


7. Parma

Dos clubes presentes nesta lista, o Parma é único que nunca foi campeão nacional. Então o que faz na lista? Porque o actual participante da segunda divisão italiana (há 2 anos estava no 4º escalão) surpreendeu tudo e todos nos anos 90.
Tudo começou em 1990 com o Parma a conseguir a promoção à Serie A. Na segunda participação da sua história no principal escalão, o Parma terminava em 6º (à frente de Juventus, Lazio, Roma e Nápoles) garantindo apuramento europeu. Na época seguinte, venceria a Taça. E partir daqui, o clube disparou para a glória.
Em 1992/93, o Parma venceu a Taça das Taças (eliminando o Boavista pelo caminho) e ficou em 3º no campeonato. No ano seguinte, conquista a Supertaça Europeia, chegando à final da Taça de Itália e à final da Taça das Taças (eliminando o Benfica nas meias-finais).
Entre 1993 e 1999, o Parma esteve em 4 finais europeias, vencendo 2 Taças UEFA e 1 Taça das Taças. Nesse mesmo período, ficou por 3 vezes no pódio do campeonato e venceu 1 Taça de Itália.
A ascensão do Parma viria a coincidir com o período de maior poder financeiro das equipas italianas. Assim, num ápice, o clube perdeu quase todos os seus jogadores (entre eles Buffon, Cannavaro, Thuram e Crespo). Em menos de 10 anos, o clube caía na segunda divisão, tornando-se numa sombra do que foi.
Em 2002 venceu uma Taça de Itália e em 2016 foram campeões da 4ª divisão.


6. Saint-Étienne

Há 36 anos que o Saint-Étienne não vence o campeonato e ainda assim é a equipa com mais campeonatos franceses (10). Mais 1 que o Marselha, mais 4 que o PSG. Os seus 10 campeonatos foram conquistados em 24 anos, 8 em 12 anos. Em 10 anos, foram tetra e mais tarde tri-campeões. Seriam mais tarde superados pelo penta do Marselha e hepta do Lyon.
Venceram ainda 6 taças, 4 delas como dobradinha. Na Europa, em 3 edições das Taça dos Campeões Europeus chegaram a uma meia-final e uma final (foto), eliminados pelo Bayern em ambas.
A década de 70 foi uma época dominada pelos “verdes”. Mas só nos últimos anos conseguiram alcançar uma posição tranquila no campeonato, tendo ainda passado pelo segundo escalão.
Em 2013 venceram uma Taça da Liga.


5. Rangers

Existem 2 datas negativas para o Rangers: 2012, o ano em que o clube caiu na 3ª divisão por questões financeiras (tinham ficado em 2º no campeonato); e 1967, ano em que os seus grandes rivais (Celtic) venceram a Taça dos Campeões Europeus, competição nunca ganha pelos azuis.
Agora, o Rangers entra em clara recuperação, tendo já alcançado o 2º lugar da primeira divisão.
Na sua história figuram 53 campeonatos nacionais (9 deles seguidos), 33 taças, e 27 taças da liga.
Na Europa conquistou apenas uma Taça das Taças (foto) (em 3 finais) e chegou a uma final da Taça UEFA (perdida para o Zenit em 2008).
Em 1960 chegaram às meias-finais da Taça dos Campeões Europeus, mas os alemães do Eintracht Frankfurt impuseram uma goleada de 12-4.
O objectivo agora, será o de cimentar a posição de clube com mais títulos nacionais.


4. Aston Villa

Na segunda divisão inglesa, “vive” um dos clubes mais titulados de Inglaterra. Mais campeonatos e taças que City e Chelsea. O Aston Villa possui 20 troféus nacionais, o primeiro ganho em 1887 e o último a 1996.

Mas o momento mais alto do clube de Birmingham aconteceu em 1982, quando ergueram a Taça dos Campeões Europeus, (foto) conseguindo também a Supertaça Europeia.
Esta época, terminaram a segunda divisão (Championship) em 13º, estando sempre afastados da promoção.



3. Hamburger SV

O clube alemão não detém um currículo invejável. Mas esteve muito perto de o ter. Em 6 épocas (1979-1984), o Hamburgo venceu 3 campeonatos e ficou por 3 vezes no 2º lugar (em 1984, terminaram empatados com o campeão Estugarda e o 3º classificado Borrusia Monchegladbach).
Nessas 6 épocas, venceram uma Taça dos Campeões Europeus à Juventus de Zoff, Platini e Paolo Rossi (foto); e perderam outra para o Nottingham Forrest. Perderam ainda uma final da Taça UEFA para o IFK , uma Supertaça Europeia para o Aberdeen de Ferguson e uma Taça Intercontinental para o Grémio.
Apesar da conquista da Taça das Taças em 1977, o Hamburger esteve muito perto de se tornar uma referência mundial no futebol, mas como diz o ditado, “dos derrotados não reza a lenda”.
Há 3 épocas, o clube alemão salvou-se da despromoção no prolongamento do play-off.
Em 2007 venceram a Taça Intertoto.


2. Torino

Em Maio de 1949, o Torino viajou até Lisboa para defrontar o Benfica (foto) num amigável (Benfica venceu por 4-3). No regresso, devido ao imenso nevoeiro, o avião embateu na Basílica de Superga, provocando a morte de todos a bordo. Era o fim de uma geração, era o fim de uma das mais fortes equipas da história.
Na década de 40, o Torino foi campeão por 5 vezes. Na última (1949), terminava o campeonato a jogar com as camadas jovens, gesto respeitado e imitado pelos adversários.
Ao Torino faltou a consagração internacional por troféus. Faltou-lhe tempo para disputar o aparecimento das competições europeias. Em Itália dominava completamente, e a selecção era representante disso mesmo (num jogo, 10 titulares da squadra azzurra pertenciam ao Torino).
Nos 3 primeiros campeonatos do tetra, a equipa marcou sempre mais de 100 golos (125 em 1947/48).
Em 1976 voltaria a vencer o campeonato, e em 1992 perderia a final da Taça UEFA para o Ajax.
O Torino viveu a sua época de sonho numa época injusta para a qualidade que tinham. Sem Mundial (devido à II Guerra Mundial) para levar os seus jogadores e sem competições europeias para se mostrar ao Mundo, o Torino tem actualmente pouco reconhecimento pelo que foi no futebol.
Em 1993, o Torino venceu a sua 5ª Taça de Itália, despedindo-se dos troféus principais.


1. Nottingham Forrest

Se há clubes que viveram décadas de sucesso, outros tiveram sucesso num período bem mais curto. É o caso do Notthigham Forrest que em 3 épocas venceu 2 Taças dos Campeões Europeus, 1 Campeonato, 1 Supertaça Europeia, 2 Taças da Liga e 1 Supertaça Inglesa.
Um nome destacou-se: Brian Clough (foto). Depois de ter promovido o Derby County ao principal escalão e se ter sagrado campeão nacional, Clough rumou ao Leeds onde acabaria despedido em pouco tempo. Regressou então à segunda divisão na tentativa de repetir a façanha com o Nottingham. E conseguiu muito mais: promoção, título nacional e 2 Taças dos Campeões Europeus. Clough tornava-se num ícone e fazia do Nottigham Forrest uma referência mundial (era o 3º clube inglês a vencer o troféu).
Em 2016/17, o Nottingham Forrest escapou à descida para o 3º escalão graças à diferença de golos (2) para o Blackburn.
Venceram uma Taça da Liga em 1990 e nunca participaram da Premier League neste milénio.